terça-feira, 30 de junho de 2009

Somos uns “brinca na areia”?

Mais uma curiosidade acerca do engenho dos portugueses.
Estão a ver aquele jogo de ricochete que se costuma fazer com as pedras na água e que as crianças adoram? Aquele de ver quem consegue que a pedra salte mais vezes sobre as ondas do mar? Pois a verdade é que foram os portugueses que aplicaram aquela técnica à artilharia naval, desenvolvendo um tiro especialmente eficaz. E depois ainda dizem que somos uns “brinca na areia”… Até podemos ser, mas somos eficazes e inventivos!

Vejam um excerto do vídeo da Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses sobre este assunto (são apenas 40 segundos).

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O povo é ingrato?

"(…) Portugal mudou de ícone popular. Mantendo o senhor Tony Carreira como ídolo entre os artistas da canção - pois ele é um homem que, por cantar sempre o mesmo, entra muito no ouvido das pessoas e no goto das empregadas de comércio -, virou-se para aquele bisneto do senhor Vasco Santana que andou aí por cartazes com um fato às riscas e com uma promessa de assinar por baixo. Chama-se Dr. Paulo Rangel e é a nova vedeta da política. Caiu em Graça, ganhou as eleições e pôs lágrimas nos olhos daquela santinha que é a Drª Manuela, a cuja não chorava assim desde que lhe nasceu o último neto (ou talvez desde que a dívida pública chegou a quase 100 por cento do PIB). (…)

Mas por que motivo se tornou popular o Dr. Rangel? Por uma razão assaz simples e que vários manuais de ciência política já estudaram: porque o popular anterior, o Engº Sócrates, se tornou impopular. E o povo português, que nisto é muito português, depois de ter idolatrado o Engenheiro, volta-lhe costas e diz: «O Engº o caraças! O Engenheiro não faz nada por nós! Aquele, o outro, como é que se chama, o da Manuela, é que é um gajo às direitas, que disse que não queria mais socialismo». (…)

Entretanto, estará o Dr. Rangel a encher-se de si. Dêem-lhe mais uns tempos (o número de anos depende da qualidade do material) e estará insuportável. Estará cheio de si, à espera do seu desígnio, quando vem o povo e escolhe outro qualquer para ser o mais popular. Dir-se-á: povo ingrato, que não agradeces a quem tanto trabalha por ti.

Ah, mas ainda bem que o povo é ingrato, porque é nessa ingratidão total que reside o segredo da democracia. É nessa abrupta passagem de bestial a besta que reside a lição de humildade de que a História só exime uns poucos. E esses poucos eximidos de tão terrível guilhotina, tiveram dentro de si o segredo da sua longevidade: Foram grandes porque nunca se levaram a sério! Nunca pensaram ter qualquer desígnio!

É esta a lei secreta. Pode ser que ainda haja por aí quem a aprenda."

Comendador Marques de Correia in "Expresso"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um Magalhães para Obama?

Don Tapscott, especialista canadiano em tecnologia, aponta Portugal como um exemplo a seguir na educação, elogiando o investimento em computadores individuais nas salas de aulas.

Num artigo publicado no blogue Huffington Post – onde já escreveu Barack Obama –, Tapscott dirige-se directamente ao presidente dos Estados Unidos da América com um conselho que ficará para a história: «Quer resolver os problemas das escolas? Olhe para Portugal!».

Tapscott vai mais longe e diz que «o modesto país para lá do Atlântico», que em 2005 via a sua economia abater-se, está a tornar-se «líder mundial a repensar a educação para o século XXI».

A presença de computadores nas escolas é só uma parte dessa «campanha de reinvenção», frisa Tapscott, que, aludindo à sua experiência numa sala de aulas numa estadia em Portugal, conta como os alunos recorreram à Internet para resolver uma questão colocada pelo professor: para saber o que era um equinócio, grupos de alunos pesquisaram a informação e quem a descobriu primeiro explicou-a aos colegas.

«Estavam a colaborar, estavam a trabalhar ao seu próprio ritmo e mal reparavam na tecnologia, no propalado computador portátil. Era como ar para eles, mas mudou a relação que tinham com o professor. Em vez de se agitarem nas cadeiras enquanto o professor dá a lição e escreve apontamentos no quadro, eram eles os exploradores, os descobridores e o professor o seu guia», descreve Don Tapscott.

Este modelo, acrescenta, permite ao professor a descer do palco e a começar a ouvir e conversar em vez de fazer sermões, encorajando o pensamento crítico e a colaboração.

Pergunto eu: vai uma manifestação?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Só mudam as moscas?

"As semelhanças entre Sócrates e Obama são cada vez maiores: Obama matou uma mosca durante uma entrevista; Sócrates deu uma entrevista em que parecia uma mosca morta."
Ricardo Araújo Pereira in Visão

PS - Para quem ainda não tenha visto, o vídeo está aqui mesmo (a prestação do Obama, entenda-se):

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sem medo do medo?

Uma das crónicas de António Lobo Antunes na "Visão" tinha uma dedicatória absolutamente divina: “Para a Rita, que sabe enxotar papões”.

Confesso que fiquei a pensar que esta é exactamente uma das qualidades que tornam únicas as mães: elas sabem enxotar papões.

Na verdade, elas fazem ainda mais do que isso, pois são a pessoa a quem podemos dizer – sem medo – que temos medo de papões.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Política, sexo ou suicídio?

No mínimo curiosa a opinião de Jordi Joan, do La Vanguardia, sobre os cartazes do PSD às europeias.

«Mención especial merecen los carteles de Ferreira Leite que jalonan las carreteras portuguesas. "Não desista. Todos somos precisos", reza. Pero la desolada foto en blanco y negro de la candidata, sin maquillar, podría hacer pensar a los turistas que visitan el Algarve que se trata del mensaje de una asociación de apoyo a la tercera edad o de prevención del suicidio.»

E não reparou ele que o símbolo gráfico criado para acompanhar o logo do PSD nestes cartazes parece o coelhinho da Playboy. Aliás, a mim ninguém me tira da ideia que boa parte dos votos que o PSD teve nestas eleições se deveu a esta mensagem quase subliminar.
Ainda não consegui perceber bem é se ligaram o PSD a alguma promessa de sexo ou se acharam que, caso o partido ganhasse as eleições, a líder seria a próxima capa da famosa revista. Mas pensando bem, será que isto pode ser visto como uma mais-valia? Provavelmente foi mesmo para penalizar o eng.º...

Nota: Texto completo do "La Vanguardia" aqui http://www.lavanguardia.es/lv24h/20090516/53704074068.html

terça-feira, 2 de junho de 2009

Rápido ou exacto?

«Rapidamente», ordena o professor, «quantos são 3811 vezes 2670?».
O aluno vacila e o professor, impaciente, pressiona-o: «Rápido! Não sabe, é?».
O aluno responde: «São 34».
«34? Mas você tem consciência do disparate que disse?», pergunta o professor.
O aluno contrapõe então com toda a calma: «Afinal o que é que deseja, rapidez ou exactidão?».