segunda-feira, 31 de maio de 2010

Para que serve o Parlamento?

A sabedoria popular diz que o Parlamento só serve para nos lixar (com F grande). Pelos vistos, serve mesmo para isso. Ora veja-se este post do Daniel Oliveira.

"Abaixo os organismos de cúpula, vivam os orgasmos de cópula*
Por Daniel Oliveira

Um episódio está a aquecer o Parlamento. Nada tem a ver com os deputados. A semana passada um colaborador do grupo parlamentar do PSD foi apanhado em flagrante delito, às sete da manhã, em pleno acto com uma amiga que não trabalha na Assembleia. A coisa pode parecer apenas interessante contada assim. Mas é muito mais do que isso. O acto aconteceu na sala do plenário. Infelizmente, a interrupção não terá permitido ao arrojado casal levar a fantasia até ao fim. Há sempre um empata.
Antes que a coisa saia na imprensa e comecem as condenações morais, quero deixar clara a minha admiração pelos pecadores. Porque respeito quem faz tudo para cumprir uma fantasia. Porque deram um contributo para a dessacralização do poder, aproximando assim aquele órgão de soberania das verdadeiras preocupações dos cidadãos. E porque, por uma vez, aconteceu qualquer coisa realmente interessante naquela sala (infelizmente não consegui saber qual foi a bancada escolhida). Só lamento que, como de costume, quando realmente alguma coisa de construtiva começa ali a ser feita, seja deixada a meio. O meu abraço aos dois. Próxima aventura: Palácio de Belém?

*conhecida frase anarquista que enfeitou uma rua de Lisboa"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Onde rezas hoje?

Lipovetsky alerta inúmeras vezes. E um graffiter português partilha da mesma ideia (ver foto). Estamos a endeusar o consumo e a esperar dele toda a felicidade possível no mundo.

E atenção que eu não partilho das visões negras do conceito de mercado livre. Acho fundamental que exista, porque só não existe onde não há liberdade de escolha!

Mas a verdade é que se vê uma lógica quase religiosa no consumismo pós-moderno.
A mensagem que se segue lia num daqueles inúmeros e-mails que recebemos e cuja autoria se perdeu algures no caminho. Mas ficou o essencial.

Na Idade Média, as cidades adquiriam estatuto construindo uma catedral; hoje constrói-se um centro comercial. E até se podem apontar algumas semelhanças: não se pode entrar num centro comercial vestido de qualquer maneira e lá dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua ou lixo nas calçadas... Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objectos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar, sente-se no reino dos céus; se precisa de crédito, sente-se no Purgatório; se não pode comprar, certamente vai sentir-se no Inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com a mesma bebida e o mesmo hambúrguer...
Sócrates, o filósofo grego, também gostava de percorrer o centro comercial de Atenas. Quando os vendedores o assediavam, ele respondia: "Estou apenas a ver quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!".

quarta-feira, 12 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Acreditas?

"Existe um velho provérbio húngaro que diz que na cova do lobo não há ateus, por isso julgo que não existe quem não acredite.
O nada não existe na física ou na biologia e quando se lêem os grandes físicos entende-se como eram homens profundamente crentes, que chegaram a Deus através da física e da matemática e que falavam de Deus de uma maneira fascinante.(...)
É um bocado como diz Einstein, quando afirma que Deus não joga aos dados."

António Lobo Antunes