segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Só muda o mamute?

Hábitos de compras de homens e mulheres vêm da pré-história

As diferentes formas como homens e mulheres fazem compras desenvolveram-se a partir dos seus papéis na pré-história. Foi a essa conclusão que chegaram cientistas da Universidade de Michigan.

Enquanto as mulheres passavam os dias a recolher comida para alimentar a família, os homens eram caçadores e tinham de planear como apanhar e matar as suas presas. Para os cientistas, estes dois estilos de vida reflectem-se agora na forma como ambos os sexos fazem compras.

Segundo estudo, as mulheres podem passar horas e horas dentro das lojas à procura do vestido perfeito porque a sua preocupação pré-histórica sempre foi com a qualidade da comida, enquanto os homens decidem avançar sobre o que querem comprar, tal como avançavam sobre o animal que queriam matar e, depois de cumprida a tarefa, regressavam a casa.


In jornal "i"

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Serão uns anjinhos?

A nova campanha da PETA está a provocar a indignação da Liga Católica.

O anúncio apresenta a modelo Joanna Krupa coberta apenas por uma cruz, com o slogan "Seja um Anjo pelos Animais - Adopte sempre. Nunca compre".

A PETA é especialmente conhecida pelos anúncios polémicos e agora junta mais um ao portfolio.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Escolha social?

Com o objectivo de publicitar, na Austrália, o modelo Yaris, a Toyota abriu um concurso na rede social Facebook, em parceria com a Saatchi & Saatchi, que incitava os internautas a votar no anúncio favorito.

O anúncio "Clean Getaway" foi o vencedor, mas logo começaram as queixas de que era machista e ofensivo.

A Toyota acabou por retirar o anúncio, apresentando um pedido de desculpas.

No anúncio, um rapaz vai buscar a namorada e diz ao pai desta, entre outras coisas, que lhe vai «tirar a virgindade« e «deitá-la de costas» (num trocadilho em inglês com «trazê-la de volta») até às 23 horas». O pai começa por ficar com um ar surpreso, mas quando o jovem lhe mostra o carro, o homem entra no jogo dos trocadilhos. Por fim, a rapariga despede-se com «I’m ready to blow»...

A ver aqui mesmo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Esperanto?

“Nesta vida, há que saber dizer merda em todas as línguas.”
Sandra P.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E agora?

"A estrada serpenteia
Fugindo da porta onde começou,
Atravessa campos, lugares e aldeias,
Eu sigo-a, sem saber onde estou.
E percorro-a com constante denodo
Até que ela se entrelaça e cruza
Com trilhos e transes mil
E sem aviso se desvia
Do destino seu
Para onde, então?
Que sei eu?"


J.R.R. Tolkien in “O Senhor dos Anéis”

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Nem os bonecos escapam?




Parece que as tendências da nossa sociedade estão a atingir a bonecada. Ora veja-se:

- A Leopoldina perdeu as asas, ganhou formas e agora parece a Lara Croft.
- A Popota, apesar de continuar reboliça, perdeu claramente uma boa quantidade de gordura, mudou o guarda-roupa e trocou o Tony Carreira pelos Buraka Som Sistema.
- Até a Marge Simpson resolveu posar nua para a Playboy.

O que se seguirá? Vão obrigar o Pato Donald a vestir uns calções, para não andar nu da cintura para baixo? Será que a Cinderela deixará a roupa interior no baile em vez do sapato?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Natal em roupa interior?

A campanha de Natal da Marks & Spencer está a criar polémica, tendo sido considerada por algumas pessoas como «sexista e humilhante para as mulheres».

«Christmas wouldn’t be Christmas without… that girl prancing around in her underwear» é a frase, pronunciada pelo actor britânico Philip Glenister, que está na origem das queixas feitas à Advertising Standards Authority. Convém relembrar que as personagens pelas quais este actor é conhecido são habitualmente chauvinistas.

Eu cá acho que mais valia terem-se lembrado da outra frase dele no anúncio: «Oh, come on, it’s Christmas!».

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Serão criacionistas?

Um livro da primeira edição “A origem das espécies”, de Charles Darwin, esteve 40 anos numa casa de banho em Oxford.

Os proprietários do livro colocaram-no num prateleira da casa de banho para convidados e não tinham consciência do que possuíam à mão, até que um parente o identificou, depois de visitar uma exposição sobre o famoso naturalista.

A leiloeira Christie's espera que o livro atinja mais de 66.000 euros.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Gases pesados?

O anúncio criado pela Mother London para a organização ambiental Plane Stupid já está a criar alguma polémica. Godfrey Bloom, do Parlamento Europeu, considerou o anúncio «histérico», adiantando que este «causa um desconforto e alarme desnecessários».

O anúncio mostra ursos polares a caírem do céu, revelando que um voo médio na Europa produz por passageiro mais de 400 kg de gases do efeito estufa - o equivalente ao peso de um urso polar adulto.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bebés, cavalos pretos e mulheres nuas?

Bebés, cavalos pretos e mulheres nuas são alguns dos ícones que se costuma dizer serem sempre capazes de despertar a atenção dos consumidores.
Sinceramente, esta parece-me ser a principal razão para que o anúncio da Evian, conhecido como "bebés patinadores", tenha entrado para o “Guiness Book” como o mais visto de sempre na Internet.
Ou isso ou o facto de isto de estar no “Guiness Book” ter um valor muito relativo. Afinal, basta pensar que aquilo está cheio de coisas altamente interessantes como o maior chouriço do mundo ou o tipo que assoa o nariz mais vezes ao dia.

O anúncio é este:

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Será tarde?

"Nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto."
José Carlos Ary dos Santos

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um dia atrás do outro?

"Aquilo que fizeres hoje é muito importante. Afinal, estás trocar um dia da tua vida por isso."

Anónimo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O verdadeiro pronto-a-vestir?

Desculpa de aselha?

Um estudo feito nos EUA revela que a tendência para ser um mau condutor pode ser determinada por uma variação genética.

O estudo foi publicado na revista "Cerebral Cortex" e o neurologista que conduziu o estudo, Steven Cramer, diz que a explicação está na BDNF. Esta substância é libertada no cérebro quando uma pessoa tem de executar tarefas que impliquem certa habilidade física. O que os investigadores verificaram é que, nas pessoas com a referida combinação genética, a libertação de BDNF é menor.

Ou seja, a partir de agora, quando alguém cometer uma “aselhice” à minha frente, vou gritar, ufano, «falta-te BDNF é o que é».

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Diz-me o que proteges dir-te-ei quem és?

O primeiro protector de testículos, na prática do hóquei, foi criado em 1874. O primeiro capacete foi usado em 1974.
As mulheres dirão que foi necessário um século para que os homens percebessem que o cérebro também é importante.

Vamos à rua?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mosca chata?

A Feira do Livro de Frankfurt foi palco de um espectáculo de marketing “voador”, quando a agência de publicidade Jung Von Matt/Neckar colocou anúncios em moscas para atrair os visitantes ao stand da nova editora Eichborn.

Este “flyvertising” foi concretizado através da colocação de pequenos banners, atados a moscas, com um material colante que, segundo os criadores, não causa qualquer tipo de danos, descolando-se sozinho após algumas horas. Para esta acção foram libertadas 200 moscas, que voaram pelos stands da Feira de Frankfurt, que teve lugar entre os dias 14 e 18 de Outubro na cidade alemã de mesmo nome.

In Briefing

domingo, 1 de novembro de 2009

O muro caiu?

Numa altura em que se celebram os 20 anos da queda do Muro de Berlim é impressionante verificar que existem, espalhados pelo mundo, 29 muros a segregar pessoas.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Saúde de papel?

Foram divulgados recentemente os dados de mais um estudo que suporta o facto de que ler livros pode melhorar a saúde.

Confesso que tenho poucas dúvidas dos efeitos terapêuticos da leitura. Creio é que, como qualquer medicamento, cada livro deve ter indicações e propriedades diferentes. E acho que, nalguns casos, os efeitos secundários são tão graves, que mais vale não ser medicado.

Última necessidade?

A norte-americana Walmart passou a vender caixões online.

A famosa e gigantesca cadeia de supermercados já comercializava uma infinidade de produtos, mas faltava-lhe aquele que, em princípio, satisfaz a última das necessidades.
É permitido aos clientes pagarem os caixões em 12 prestações, sem juros.

Imagina-se que as facilidades de compra só sejam concedidas antes de você precisar do produto...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sustentabilidade?

Todos pensam na importância de deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que vamos pensar em deixar filhos melhores para o nosso planeta?
Pergunta vencedora num congresso sobre vida sustentável

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Logótipo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro?



Diferenças continentais?




Para o norte-americano o importante são os negócios; mantém o olhar distante e não se deixa distrair.

O canadiano é um pouco distraído e até inocente.

O italiano e o francês? É ver a foto...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Qual é o poder de uma história bem contada?


“Oh, eu acredito nas coisas mais loucas! – contestou Fenoglio, enquanto lhe cortava uma fatia de bolo. – Acredito em qualquer história, desde que seja bem contada.”
Cornelia Funke

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O presépio do Bloco de Esquerda?

PS - Este post tem o patrocínio da Isabel M que, além de descobrir esta maravilha, ainda o baptizou.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quanto vale uma imagem?

"A grande mentira é que uma imagem vale por mil palavras. É um erro de tradução. Com quatro letras escreveu-se a palavra amor e sobre ela têm-se escrito milhares de palavras que nenhuma imagem poderia traduzir."
ABC

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Al Capone é português?

"Se vivesse em Portugal, Al Capone nunca teria sido preso. Em princípio, seria presidente de Câmara. Os cidadãos não hesitariam em votar num homem que, sendo famoso, tinha, além disso, demonstrado saber criar emprego em várias áreas de negócio, com especial destaque para as tão apreciadas pequenas e médias empresas. Desde as cimenteiras até às agências funerárias, quase não há indústria que não tenha beneficiado das actividades de Al Capone. Não duvido de que daria um excelente candidato autárquico em Portugal, numa primeira fase apoiado por um partido e, quando desse muito nas vistas, como independente. A única reserva que coloco ao sucesso de Al Capone na política autárquica portuguesa é a consciência do conhecido gangster americano. Poderia dar-se o caso de Capone ficar inibido com tanta vigarice e desejar voltar para Chicago."

Ricardo Araújo Pereira in Visão

O suspeito do costume?

Os suspeitos da rua ao lado
Acho que foi a dra. Ferreira Leite (já não me lembro bem, foi há mais de 15 dias e, que diabo!, eu sou um eleitor português; já muita sorte é lembrar-me ainda da dra. Ferreira Leite) que deu a Madeira do dr. Jardim como exemplo da Utopia democrática não asfixiante. Jardim é, como se dizia nas saudosas "Selecções", um dos meus "tipos inesquecíveis".
Gosto do disparate e embora o "Book of Nonsense" de Jardim se confunda com o próprio Jardim e ele seja mais do género Edward Liar que Edward Lear, é o que temos e, como diz o burro Inhon ao ursinho Puff, "nem todos podem, e alguns não podem; e é o que há a dizer". Conta fiável a agência Lusa que Jardim quer, a propósito não sei do quê, ver "deslindado" o comportamento de graduados da PSP que "não são da Madeira" e, neste assunto, estou inteiramente com ele. Na minha rua já tenho também visto graduados da PSP que nasceram noutra rua (um até tem sotaque madeirense), o que me faz, como Jardim, suspeitar que "anda aqui uma grande manobra política". Poderá o dr. Jardim informar-me contra quem, para "deslindar" o caso, deverei apresentar também um processo-crime?"


Manuel António Pina in "JN"

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Já olhaste para trás?

Gilberto de Nucci tem uma excelente imagem a respeito de como nos comportamos.

Segundo ele, as pessoas caminham pela Terra em fila indiana, cada uma carregando um saco na frente e outro atrás. Na saco da frente colocamos as nossas qualidades. No saco de trás guardamos os nossos defeitos.

Por isso, durante a caminhada da vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas no nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos, impiedosamente, nas costas daquele que está à frente e em todos os defeitos que possui. E julgamo-nos melhor que ele; sem perceber que a pessoa que anda atrás de nós está a pensar a mesma coisa a nosso respeito.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dá-se um desconto?

Nesta coisa das escutas, quem sabe é o "Público". Atente-se na manchete de hoje; uma fotografia do senhor Presidente com um bolinha verde bem destacada que diz: 40 € de desconto.

E aqui está o que realmente interessa: um discurso daqueles só lá vai com desconto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vai um chazinho?

"É como pedir ao Conde Drácula para se dedicar aos sumos naturais."
João Miguel Tavares, sobre as hipóteses de negociação de José Sócrates para um Governo de coligação

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mania da perseguição?

Cristina Araújo, a feirante que se tornou famosa por ter sido apanhada 37 vezes a conduzir sem carta, voltou a ser apanhada ao volante, quando ia para uma aula de código. Recorde-se que a senhora foi condenada há duas semanas a um ano de prisão e, em julgamento, prometeu não voltar a conduzir sem licença válida.

Curioso é o facto de a senhora achar que está a ser alvo de uma perseguição por parte das autoridades. Eu, se fosse a ela, queixava-me em tribunal! Até já estou a ver uma data de desgraçados a fazerem o mesmo: «veja lá senhor juiz que é a quarta vez que assalto um banco e os polícias insistem em prender-me!».

Aliás, pensando melhor, fica já aqui a sugestão para a criação do Provedor do Prevaricador, que defenda estes “perseguidos” da sociedade.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O que parece é?

"TVI – A minha leitura

Fui director de programas da RTP e depois seu administrador. E garanto-vos que, se alguma vez algum apresentador ou jornalista desse uma entrevista a chamar-me “estúpido”, a primeira coisa que aconteceria seria o cancelamento imediato do seu programa, independentemente de haver ou não eleições em curso.
Por isso me parece incompreensível que, embora rios de tinta já se tenham escrito sobre o cancelamento do jornal nacional que Manuela Moura Guedes (MMG) apresentava na TVI, todos os analistas e comentadores tenham ignorado a explosiva e provocatória entrevista que MMG deu ao Diário de Notícias dias antes de a administração da TVI lhe ter acabado com o programa.
Em meu entender essa entrevista, realizada com antecedência para ser publicada no dia do regresso de MMG com o seu jornal nacional, foi a gota de água que precipitou a decisão da TVI. É que, o seu conteúdo, de tão explosivo e provocatório que era, começou a ser divulgado dias antes. E se chegou ao meu conhecimento, mais cedo terá chegado à administração da TVI.
Nessa entrevista MMG chama “estúpidos” aos seus superiores. Aliás, as palavras “estúpidos” e “estupidez” aparecem várias vezes sempre que MMG se refere à administração.
É um documento que merece ser analisado, não somente do ângulo jornalístico, mas sobretudo do ponto de vista comportamental. É uma entrevista de uma pessoa claramente perturbada, convicta de que é a maior (”Eu sou a Manuela Moura Guedes”!) e que se sente perseguida por toda a gente. (Em psiquiatria esse tipo de fenómenos são conhecidos por “ideias delirantes”, de grandeza ou de perseguição).
MMG diz-se perseguida pela administração da TVI; afirma que os accionistas da PRISA são “ignorantes”; considera-se “um alvo a abater”; acusa José Alberto de Carvalho, José Rodrigues dos Santos e Judite de Sousa de fazerem “fretes ao governo” e de serem “cobardes”; acusa o Sindicato dos Jornalistas de pessoas que “nunca fizeram a ponta de um corno na vida”; diz que o programa da RTP 2, Clube de Jornalistas, é uma “porcaria”; provoca a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social); arrasa Miguel Sousa Tavares e Pacheco Pereira, etc.
E quando o entrevistador lhe pergunta se um pivô de telejornal não deve ser “imparcial”, “equidistante”, “ponderado”, ela responde: “Então metam lá uma boneca insuflável”!
Como é que a uma pessoa que assim “pensa” e assim se comporta, pode ser dado tempo de antena em qualquer televisão minimamente responsável?
Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer – e como sublinhou Mário Soares – esta questão não tem nada a ver com liberdade de imprensa ou com a falta dela. Trata-se, simplesmente, de um acto e de uma imperativa decisão administrativa, e de bom senso democrático.
Como é que alguém, ou algum programa, a coberto da liberdade de imprensa, pode impunemente acusar, sem provas, pessoas inocentes? É que a liberdade de imprensa não é um valor absoluto, tem os seus limites, implica também responsabilidades. E quando se pisa esse risco, está tudo caldeirado. Há, no entanto, uma coisa que falta: uma explicação totalmente clara e convincente por parte da administração da TVI, que ainda não foi dada.
Vale também a pena considerar os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido.
J. E. Moniz tem, desde Mário Soares, um ódio visceral ao PS. Sei do que falo. MMG foi deputada do CDS na AR. Até aqui, nada de especialmente especial.
O que já não está bem – e é criminoso – é que ambos se sirvam de um telejornal para impunemente acusarem pessoas inocentes, sem quaisquer provas, instilando insinuações e induzindo suspeições.
Ainda mais reles é o miserável aproveitamento partidário que, a começar no PSD e em M. F. Leite, e a acabar em Louçã e no BE, está a ser feito. Estes líderes políticos, tal como Paulo Portas e Jerónimo de Sousa, sabem muito bem, que nem Sócrates nem o governo tiveram qualquer influência no caso TVI. Eles sabem isto. Mas Salazar dizia: “O que parece, é”!
E eles aprenderam.

– 1984. Eu era, então, administrador da RTP. Um dia a minha secretária disse-me que uma das apresentadoras tinha urgência em falar comigo: – “Venho pedir-lhe se me deixa ir para a informação, quero ser jornalista”! Perguntei-lhe se tinha algum curso de jornalismo. Não tinha. Perguntei-lhe se, ao menos, tinha alguma experiência jornalística, num jornal, numa rádio… Não tinha. “O que eu quero é ser jornalista”! Percebi que estava perante uma pessoa tão determinada quanto ignorante. E disse-lhe: “Vá falar com o director de informação; se ele a aceitar, eu passo-lhe a guia de marcha e deixo-a ir”. A magricelas conseguiu. Dias depois, na primeira entrevista que fez – no caso, ao presidente do Sporting, João Rocha – a peixeirada foi tão grande que ficou de castigo e sem microfone uma data de tempo.
P.S. - A jovem apresentadora chamava-se Manuela Moura Guedes. E se eu soubesse o que sei hoje… "

José Niza in “O Ribatejo”

http://www.oribatejo.pt/2009/09/tvi-a-minha-leitura/

sábado, 19 de setembro de 2009

Bola para a frente?

"Admiro os futebolistas porque são homens de uma só palavra, isto é de uma só frase:
- Há que levantar a cabeça e pensar no próximo jogo."

António Lobo Antunes, in Visão

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O tempo passa para todos?

A Barbie com 50 anos:

Já agora, como curiosidade, a Barbie fez mesmo 50 anos em 2009. Para ser mais exacto, "nasceu" no dia 9 de Março de 1959, que foi quando a criadora, Ruth Handler, a apresentou na Feira do Brinquedo de Nova Iorque.
A ideia surgiu quando Ruth Handler reparou que a sua filha, quando brincava com bonecas, lhes atribuía frequentemente papéis de adultos e decidiu criar algo para responder a essa necessidade.
Como todas as grandes marcas, tornou-se um símbolo social, não deixando de ser alvo de polémicas como, por exemplo, passar uma imagem de perfeição dificilmente alcançável.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nem só de pão vive o Homem?

Acho fabuloso que alguém olhe para o Terceiro Mundo e consiga perceber que uma das necessidades da população é um vibrador recarregável, devido «aos problemas de falta de qualidade das pilhas e baterias». A minha mente limitada não chegaria lá, confesso.

Vibrador “verde” impressiona defensores do ambiente
O novo vibrador “verde” Earth Angel foi desenhado para ajudar sexualmente países do Terceiro Mundo, mas o seu impacto está a fazer-se sentir entre as sociedades mais desenvolvidas, junto dos que lutam pela preservação do ambiente.
O aparelho utiliza um mecanismo de dar à corda para recarregar as baterias no interior, no sentido de dar resposta aos problemas de falta de qualidade das pilhas e baterias no Terceiro Mundo.
No entanto, o Earth Angel suscitou grande interesse junto dos “amigos do ambiente” quando foi apresentado numa feira de electrónica, em Linz, na Áustria, esta semana, informa o site Ananova.
«Queríamos construir um brinquedo sexual que apelasse a todos os consumidores, independentemente de género, idade ou etnia», disse um porta-voz.
«[o vibrador] esteve em fase de desenvolvimento nos últimos dois anos, e estamos muito entusiasmados pelo nossa visão ter-se tornado uma realidade», acrescentou.
In Diário Digital
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=408943

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Por que vou de férias?

Segundo estatísticas publicadas pelo EUROSTAT, morrem anualmente 5 720 pessoas na sequência de acidentes relacionados com o trabalho.

Além disso, segundo a Organização Internacional do Trabalho, morrem ainda anualmente 159 500 trabalhadores na UE devido a doenças ocupacionais.

Por conseguinte, tomando os dois números em consideração, cada três minutos e meio morre alguém na UE devido a causas relacionadas com o trabalho.

O segredo de Jesus?

Creio que está descoberta a fórmula secreta que Jorge Jesus usou para colocar o Benfica a jogar decentemente. Atente-se nas palavras deste em 2006, quando orientava um treino do Belenenses:

"Vocês os três... façam um quadrado!"

É ou não um processo geométrico complexo que arrasa qualquer teoria de losango? Quadrados de três lados, caros, não está ao alcance de qualquer um.
Agora, para satisfação dos adeptos benfiquistas, é preciso é que ele não use este revolucionário sistema para jogar à defesa. Até porque, como dizia Litos, defesa-central do Boavista, «jogar à defesa pode ser uma faca de dois legumes».

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Freud explica?

"A bondade ausentou-se daquele olhar. E, como todas as criaturas inseguras, também lá reside uma espécie particular de rancor, a que os freudianos chamam repeso ou adormecido."
Batista Bastos in "Jornal de Negócios"

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS_OPINION&id=381646

Nota: Um agradecimento especial ao PMateus, fonte desta e de muitas outras respostas.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Conto tudo?

- Acho que já vai sendo tempo de te contar toda a história, disse por fim. Apesar de, no fundo, não me agradar nada fazê-lo num sítio tão triste como este. Sempre quis esperar mais alguns anos, até seres mais velha...
- Eu já tenho doze anos, Mo! Porque é que os adultos pensam sempre que as crianças suportam melhor os segredos do que a verdade? Nunca ouviram falar das histórias obscuras que elas inventam para tentar explicar os segredos?
Só muitos anos mais tarde, quando ela própria já tinha filhos, é que compreendeu que existem verdades capazes de encher por completo um coração de desespero e que não é fácil contá-las, muito menos aos próprios filhos.

Cornelia Funke

Imprudência?

- Achas então que isto é uma armadilha?, perguntou o conde.
- Eu considero tudo uma armadilha, até que o contrário seja provado, respondeu o príncipe. É por isso que ainda estou vivo.

William Goldman in "A Princesa Noiva"

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Santana Lopes é do Benfica?

Confesso que ao assistir ao debate na SIC Notícias entre Alberto Costa e Santana Lopes não pude deixar de ver nele uma espécie de duelo Sporting-Benfica, mas curiosamente com o ex-presidente do Sporting a assumir a posição do clube da Luz.
Ora vejamos:
  • Santana Lopes quase só tem coleccionado derrotas (ou quanto muito vitórias de Pirro) nos últimos anos.
  • Santana Lopes promete gastar enormes quantias de dinheiro, mas não se percebe muito bem de onde sairá esse dinheiro. Amigos benfiquistas alertam-me que aqui existe uma diferença, pois parece que o Benfica, apesar de não ser capaz de gerar receitas que cubram as despesas, consegue aparecer sempre cheio de dinheiro devido a algo que eles chamam «um muito lucrativo negócio de enchimento de pneus». Confesso que não percebi, mas acredito que seja um negócio à prova de crise, porque o que não falta neste país é gente a “encher pneus”.
  • Santana Lopes começa sempre cheio de energia e força, mas acaba, quase invariavelmente, por soçobrar a meio do caminho. O Benfica é repetidas vezes o campeão da pré-época…
  • Já António Costa parece aquele tipo certinho, que mantém as contas em dia – e se esforça muito para tal – mas que depois, quando se olha, não parece passar do pobre desgraçadinho sem grande visão e entusiasmo. Ou seja, tão motivador como uma sopa de legumes num infantário ou o actual Sporting.

Conclusão: o mais provável é que o próximo vencedor das autárquicas em Lisboa seja o Pinto da Costa.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Faltam condições de trabalho?

Assaltante é preso ao apresentar queixa pelo roubo da mota usada no crime

Um dos dois suspeitos do assalto, ontem ao fim da tarde, a uma ourivesaria na Rua da Madalena foi capturado pela PSP à noite, quando efectuava uma queixa de roubo da mota que tinham usado para fugir.
Fonte da PSP adiantou hoje que o suspeito, de 25 anos e já referenciado após o assalto, foi detido cerca das 22:00 quando se deslocou à esquadra das Olaias, em Lisboa, para apresentar queixa do roubo do motociclo, que era sua propriedade. (…)
O detido, com antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, foi hoje ouvido em interrogatório judicial, não sendo ainda conhecidas as medidas de coacção que lhe foram aplicadas.
A polícia prossegue agora as investigações para identificar e deter o segundo suspeito.

In Expresso

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quem quer ser amado por todos?

“Pergunto-me se a unanimidade respeitosa não fará parte das doenças da velhice, a mais grave de todas. Se alguém diz mal de mim, alegra-me: ainda não apodreci, que bom.”
António Lobo Antunes

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mentira inocente?

(…) Não faz mal nenhum que uma criança minta, aliás é absolutamente irrelevante e não quer dizer nada sobre o seu carácter. Uma criança mentir não prenuncia que o menino vai ser administrador do BPN ou que vai gerir um produto financeiro tóxico quando for grande.
Nada disso: mentir é uma atitude perfeitamente infantil que só deve ser permitida a menores de seis anos. A regra devia ser: quem tem idade para ir ao cinema já não pode mentir.
Há duas maneiras de lidar com a mentira de um filho. Uma é engoli-la: «Ah? foi um monstro verde que comeu o chocolate. Malandro do monstro! Já deve estar cheio de dores de barriga, o guloso. Ainda por cima o chocolate estava estragado»; a outra é evitá-la, não encurralando a criança. Agora levar a mentira a sério e desmontá-la é passar-lhe um atestado de maturidade, é elevá-la ao nível das comissões parlamentares de inquérito, por exemplo. Encarar com seriedade a mentira de uma criança é convidá-la a desenvolver a técnica da mentira: «Espera aí, se ela não engoliu a treta do monstro, vou dizer que foi a avó», e vão por aí fora. Até que um dia chegam a casa aos gritos: «Pai, pai: sou ministro».


Inês Teotónio Pereira in "i"

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A crise é uma flor?

Está provado que a memória histórica de um povo é muito limitada. Apenas a geração seguinte a um acontecimento marcante se lembra deste e dos seus efeitos e actua de acordo com isso.

Os psicólogos lembrarão que é um mecanismo de defesa, os economistas colocarão as mãos à cabeça ao pensar que pouco aprenderemos com a crise que estamos a passar, mas é mesmo assim. Como diz a sabedoria popular: a memória do povo é curta.

Aliás, só isso explica que se ache que a crise que estamos a atravessar é caso único na história da humanidade e poderá por em causa todo o sistema.

Na Holanda, entre Dezembro de 1636 e Fevereiro de 1637, transaccionaram-se somas inacreditáveis em troca de um direito sobre um bolbo de uma flor que nasceria dali a meses e que, ainda por cima, era bela porque carregava um vírus, o “mosaico”’, que lhe diminuía a durabilidade.

Algumas classes de bolbos eram transaccionadas por mais do que o preço de uma mansão luxuosa, como revela o manuscrito “The Tulip Book”, que inclui tamanhos e preços daquela época.

Para os profissionais da especulação este esquema rendia 350 a 500% em apenas 9 meses, enquanto o negócio das especiarias das Índias, com todos os riscos que comportava, não renderia mais de 400% em 2 anos.

As promissórias sobre alguns destes bolbos chegaram a vender-se e revender-se 10 vezes num só dia – um sistema de “alavancagem” inacreditável para a época, em que ainda não havia uma tecla de computador para dar uma ordem em menos de um segundo. Baptizaram este negócio muito apropriadamente de “comércio do vento”.

O estoiro aconteceria a 4 de Fevereiro de 1637 e a quebra de preços foi mais rápida e abrupta do que qualquer outro crash financeiro da história. A queda de preços entre Fevereiro e Maio de 1637 foi de 95 a 99%, incomparavelmente maior que a actual ou da famosa crise de 1929 (90% em quatro anos).

A grande diferença é que, nesta crise das túlipas, tudo decorreu como que numa redoma, pois as flores nunca chegaram a ser transaccionadas na bolsa de Amesterdão, não tendo contaminado o sistema financeiro formal.

Curiosamente a Holanda acabaria por desenvolver um nicho na floricultura e tornar-se-ia o pólo internacional desta cultura.

Fonte: Expresso

Bem-vindo?


Anúncio concebido pela Nike para celebrar a chegada a Madrid de Cristiano Ronaldo.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

O que é um herói?

Um documentário canadiano, de 1966, sobre a pesca portuguesa do bacalhau. Verdadeiros heróis do mar.

Nota: Filme do site da família Patrício. Aqui: http://www.patricioclan.org/

terça-feira, 7 de julho de 2009

Ficas?

Conta-se que um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egipto, com o objectivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros.
- Onde estão os seus móveis?, perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também:
- E onde estão os seus?
- Os meus?!
- surpreendeu-se o turista - Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também - concluiu o sábio.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

De quem são os cornos?

Em todo o caricato episódio do ex-ministro Manuel Pinho, acho que há alguns factos que merecem claro destaque.

Em primeiro lugar, cornos e ciúmes parecem mesmo ser palavras próximas, pois PCP e Bloco de Esquerda envolveram-se numa disputa sobre quem era o responsável pela queda do ministro. Esclarecedoras as declarações de uma assessora do PCP, nos corredores do parlamento: «Os cornos eram para nós». Que sejam!

Alberto João Jardim achou que parecia uma coisa de meninos. Reparem bem, Alberto João Jardim – que é aquele senhor que passa metade do ano a dizer os mais variados disparates sobre tudo e todos, alguns deles desrespeitando por completo instituições nacionais – acha-se no direito de comentar o assunto…

Bernardino Soares mostrou-se chocadíssimo com o gesto do ex-ministro. O problema é que eu tenho memória e lembro-me deste senhor dar como exemplos a seguir Cuba e Coreia do Norte. Ou seja, países onde as pessoas são torturadas até à morte não o chocam, mas um gesto obsceno é inaceitável.

Já agora, eu, que sou bruto, acho que um homem que faz o que o ex-ministro fez revela que tem a capacidade de se emocionar e isso faz dele mais humano. Mesmo que esteja (e estava, obviamente) errado! Ou não é por isso que dizemos que “errar é humano”?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Somos uns “brinca na areia”?

Mais uma curiosidade acerca do engenho dos portugueses.
Estão a ver aquele jogo de ricochete que se costuma fazer com as pedras na água e que as crianças adoram? Aquele de ver quem consegue que a pedra salte mais vezes sobre as ondas do mar? Pois a verdade é que foram os portugueses que aplicaram aquela técnica à artilharia naval, desenvolvendo um tiro especialmente eficaz. E depois ainda dizem que somos uns “brinca na areia”… Até podemos ser, mas somos eficazes e inventivos!

Vejam um excerto do vídeo da Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses sobre este assunto (são apenas 40 segundos).

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O povo é ingrato?

"(…) Portugal mudou de ícone popular. Mantendo o senhor Tony Carreira como ídolo entre os artistas da canção - pois ele é um homem que, por cantar sempre o mesmo, entra muito no ouvido das pessoas e no goto das empregadas de comércio -, virou-se para aquele bisneto do senhor Vasco Santana que andou aí por cartazes com um fato às riscas e com uma promessa de assinar por baixo. Chama-se Dr. Paulo Rangel e é a nova vedeta da política. Caiu em Graça, ganhou as eleições e pôs lágrimas nos olhos daquela santinha que é a Drª Manuela, a cuja não chorava assim desde que lhe nasceu o último neto (ou talvez desde que a dívida pública chegou a quase 100 por cento do PIB). (…)

Mas por que motivo se tornou popular o Dr. Rangel? Por uma razão assaz simples e que vários manuais de ciência política já estudaram: porque o popular anterior, o Engº Sócrates, se tornou impopular. E o povo português, que nisto é muito português, depois de ter idolatrado o Engenheiro, volta-lhe costas e diz: «O Engº o caraças! O Engenheiro não faz nada por nós! Aquele, o outro, como é que se chama, o da Manuela, é que é um gajo às direitas, que disse que não queria mais socialismo». (…)

Entretanto, estará o Dr. Rangel a encher-se de si. Dêem-lhe mais uns tempos (o número de anos depende da qualidade do material) e estará insuportável. Estará cheio de si, à espera do seu desígnio, quando vem o povo e escolhe outro qualquer para ser o mais popular. Dir-se-á: povo ingrato, que não agradeces a quem tanto trabalha por ti.

Ah, mas ainda bem que o povo é ingrato, porque é nessa ingratidão total que reside o segredo da democracia. É nessa abrupta passagem de bestial a besta que reside a lição de humildade de que a História só exime uns poucos. E esses poucos eximidos de tão terrível guilhotina, tiveram dentro de si o segredo da sua longevidade: Foram grandes porque nunca se levaram a sério! Nunca pensaram ter qualquer desígnio!

É esta a lei secreta. Pode ser que ainda haja por aí quem a aprenda."

Comendador Marques de Correia in "Expresso"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um Magalhães para Obama?

Don Tapscott, especialista canadiano em tecnologia, aponta Portugal como um exemplo a seguir na educação, elogiando o investimento em computadores individuais nas salas de aulas.

Num artigo publicado no blogue Huffington Post – onde já escreveu Barack Obama –, Tapscott dirige-se directamente ao presidente dos Estados Unidos da América com um conselho que ficará para a história: «Quer resolver os problemas das escolas? Olhe para Portugal!».

Tapscott vai mais longe e diz que «o modesto país para lá do Atlântico», que em 2005 via a sua economia abater-se, está a tornar-se «líder mundial a repensar a educação para o século XXI».

A presença de computadores nas escolas é só uma parte dessa «campanha de reinvenção», frisa Tapscott, que, aludindo à sua experiência numa sala de aulas numa estadia em Portugal, conta como os alunos recorreram à Internet para resolver uma questão colocada pelo professor: para saber o que era um equinócio, grupos de alunos pesquisaram a informação e quem a descobriu primeiro explicou-a aos colegas.

«Estavam a colaborar, estavam a trabalhar ao seu próprio ritmo e mal reparavam na tecnologia, no propalado computador portátil. Era como ar para eles, mas mudou a relação que tinham com o professor. Em vez de se agitarem nas cadeiras enquanto o professor dá a lição e escreve apontamentos no quadro, eram eles os exploradores, os descobridores e o professor o seu guia», descreve Don Tapscott.

Este modelo, acrescenta, permite ao professor a descer do palco e a começar a ouvir e conversar em vez de fazer sermões, encorajando o pensamento crítico e a colaboração.

Pergunto eu: vai uma manifestação?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Só mudam as moscas?

"As semelhanças entre Sócrates e Obama são cada vez maiores: Obama matou uma mosca durante uma entrevista; Sócrates deu uma entrevista em que parecia uma mosca morta."
Ricardo Araújo Pereira in Visão

PS - Para quem ainda não tenha visto, o vídeo está aqui mesmo (a prestação do Obama, entenda-se):

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sem medo do medo?

Uma das crónicas de António Lobo Antunes na "Visão" tinha uma dedicatória absolutamente divina: “Para a Rita, que sabe enxotar papões”.

Confesso que fiquei a pensar que esta é exactamente uma das qualidades que tornam únicas as mães: elas sabem enxotar papões.

Na verdade, elas fazem ainda mais do que isso, pois são a pessoa a quem podemos dizer – sem medo – que temos medo de papões.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Política, sexo ou suicídio?

No mínimo curiosa a opinião de Jordi Joan, do La Vanguardia, sobre os cartazes do PSD às europeias.

«Mención especial merecen los carteles de Ferreira Leite que jalonan las carreteras portuguesas. "Não desista. Todos somos precisos", reza. Pero la desolada foto en blanco y negro de la candidata, sin maquillar, podría hacer pensar a los turistas que visitan el Algarve que se trata del mensaje de una asociación de apoyo a la tercera edad o de prevención del suicidio.»

E não reparou ele que o símbolo gráfico criado para acompanhar o logo do PSD nestes cartazes parece o coelhinho da Playboy. Aliás, a mim ninguém me tira da ideia que boa parte dos votos que o PSD teve nestas eleições se deveu a esta mensagem quase subliminar.
Ainda não consegui perceber bem é se ligaram o PSD a alguma promessa de sexo ou se acharam que, caso o partido ganhasse as eleições, a líder seria a próxima capa da famosa revista. Mas pensando bem, será que isto pode ser visto como uma mais-valia? Provavelmente foi mesmo para penalizar o eng.º...

Nota: Texto completo do "La Vanguardia" aqui http://www.lavanguardia.es/lv24h/20090516/53704074068.html

terça-feira, 2 de junho de 2009

Rápido ou exacto?

«Rapidamente», ordena o professor, «quantos são 3811 vezes 2670?».
O aluno vacila e o professor, impaciente, pressiona-o: «Rápido! Não sabe, é?».
O aluno responde: «São 34».
«34? Mas você tem consciência do disparate que disse?», pergunta o professor.
O aluno contrapõe então com toda a calma: «Afinal o que é que deseja, rapidez ou exactidão?».

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um minuto de respeito?

Sabiam que o minuto de silêncio é uma "invenção" portuguesa?

É verdade. O facto remonta a 1912, aquando da morte do ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Rio Branco, que era muito respeitado em Portugal.
Assim, além da habitual suspensão de meia hora dos trabalhos na Câmara dos Deputados, o Senado decidiu homenagear Rio Branco com dez minutos de silêncio. Esta homenagem, posteriormente reduzida para o famoso minuto, acabou por ser adoptada pelos restantes países e é hoje uma instituição mundial.

É assim mais ou menos como o famoso chá inglês ser obra de uma rainha portuguesa ou facto de a velocidade no mar se contar em nós se dever a uma invenção nossa.

Serão pequenas coisas é verdade, mas talvez sirvam para percebermos que fazemos muitas vezes a diferença e deixemos de vez o verdadeiro desporto nacional que é o espírito do desgraçadinho e o endeusamento de tudo o que vem de fora.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ranho ou ronha?

Emídio Rangel acusou, em entrevista concedida ao Rádio Clube Português, o PS de nunca gerir bem a área governativa para a Comunicação Social e de ter mesmo um talento para escolher os piores nomes.

Nas palavras do fundador da SIC e da TSF, o PS «tem um talento enorme para ir sempre buscar as ovelhas ranhosas».

Independentemente da opinião de cada um de nós sobres as ovelhas, fico algo surpreendido por neste país se continuar a confundir – sem aparentemente ninguém dar conta – o ranho com a ronha.

É que as ovelhas da famosa expressão são ronhosas e não ranhosas, dado que fazem ronha e não ranho.

Ou será que não foi engano?

PS - Já agora, quem quiser esclarecer-se sobre a expressão, pode consultar o Ciberdúvidas: http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=2947

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Palavras para quê?

"Só a linguagem nos protege do horror das coisas sem nome."
Toni Morrison. Discurso proferido na atribuição do Prémio Nobel.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Esperar para ver?

"Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece"
Mário-Henrique Leiria

terça-feira, 28 de abril de 2009

Quando é que um coração é perfeito?

"Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração."

Alexandre O'Neill

quarta-feira, 15 de abril de 2009

E que tal exportarmos?

Segundo o “Expresso”, nasceu, no passado dia 8, no Dubai, o primeiro camelo (por acaso até parece que é um dromedário) clonado do mundo.

Em declarações à "BBC", o biólogo Nisar Ahmad Wani afirmou que «os camelos são animais muito importantes nesta parte do mundo».

Não parece óbvio que se encontra aqui uma solução para dar um empurrão nas exportações de Portugal? Ora bolas, com a quantidade camelos que para aí temos, os senhores não precisam de clonar nada. Nós vendemos e barato!

Aliás, nalguns casos, eu até pagava os portes de correio do meu bolso.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Sinal claro de inteligência?

“De todos os animais da Criação, o Homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada que dizer.”
John Steinbeck

terça-feira, 7 de abril de 2009

Quer que explique outra vez?

"Quem não entende um olhar, muito menos entenderá uma longa explicação."
Provérbio Árabe

terça-feira, 31 de março de 2009

O que é uma avó?

Este artigo circula na Internet como sendo redigido por uma menina de 8 anos e publicado no "Jornal do Cartaxo". Provavelmente a história não será bem esta, até porque creio que nem existe um jornal exactamente com este nome, mas sim chamado "Jornal O Povo do Cartaxo". Mas tudo isto são pormenores, perante a verdadeira delícia que é este texto.

"Uma avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem «Despacha-te!».
Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma avó, sobretudo se não tiver televisão."

segunda-feira, 30 de março de 2009

Eutanásia?

Marido e mulher estão sentados na sala, a falar das muitas coisas da vida. A falar de viver e morrer.

Então ele diz-lhe: “Nunca me deixes viver num estado vegetativo, dependendo de uma máquina e de líquidos. Se me vires nesse estado, desliga tudo o que me mantém vivo, ok?”

A mulher levanta-se, desliga a televisão e deita fora a cerveja que ele estava a beber.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Continuamos a vermo-nos gregos?

É, no mínimo, merecedor de alguma atenção o facto desta letra dos Xutos se manter tão actual... quase 30 anos depois.

Barcos Gregos
Já estou farto de procurar
Um sítio para me encaixar
Mas não pode ser
Está tudo cheio, tão cheio, cheio, cheio
Mas o que é que eu vou fazer?

Eu vou para longe, para muito longe
Fazer-me ao mar, num dia negro
Vou embarcar, num barco grego
Falta-me o ar, falta-me emprego
Para cá ficar

Já estou farto de descobrir
Tantas portas por abrir
Mas não pode ser, é tudo feio, tão feio, feio
Mas o que é que eu vou fazer?

Eu vou para longe, para muito longe
Fazer-me ao mar, num dia negro
Vou embarcar, num barco grego
Falta-me o ar, falta-me emprego
Para cá ficar



Curiosidades: Esta canção faz parte do álbum Cerco, de 1985, que foi gravado após muita persistência dos Xutos&Pontapés. Daí o nome: sentiam que estavam a ser "cercados" pelas editoras. Consta até que, pelo menos, a bateria de algumas músicas foi gravada no palco da sala vazia do Rock Rendez-Vous.
Neste álbum pode encontrar-se a versão original do tema "Homem do Leme", que mais tarde se viria a tornar a canção da vida de muita gente.

quinta-feira, 19 de março de 2009

E do pai?

"Não há um entre nós que não seja um pequeno, um médio, um grande ou um grandessíssimo filho da mãe."
Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 18 de março de 2009

Quantos se vão esquecer?

"Se cuidar das pessoas, o negócio cuida de si mesmo."
Daniel P. Amos, CEO da Aflac Incorporated, citado por Sandrine Lage em Anuário RH

segunda-feira, 16 de março de 2009

A kiss is still a kiss?

"Afinal, porque beijamos? Simples: porque queremos. E, contudo, explicam os cientistas, o fenómeno é muito mais complexo que a simples comunhão de duas bocas, seja no entrelaçar das línguas ou, com menos saliva, na união de dois lábios (ou, para ser mais rigoroso, dois pares de lábios). Por isso criaram a filematologia, a ciência que estuda o beijo e as suas funções.

Como na canção "As Time Goes By", imortalizada em "Casablanca", "a kiss is still a kiss" mas será sempre algo mais que a estrofe em que duas bocas rimam, para usar outra citação famosa. Por detrás de cada gesto escondem-se não só um emaranhado de reacções orgânicas, mas também uma miríade de motivações que nem sempre são óbvias. Beijamos por paixão, mas também por costume, educação, respeito e até por mera formalidade. A própria forma como beijamos varia de acordo com o que queremos expressar.

Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, as origens do beijo estão num instinto bem mais primário: o das mães primatas mastigarem a comida e a passarem às crias através da boca, um costume que sobrevive ainda em algumas tribos do Planeta. O gesto, especula Morris, terá evoluído para uma forma de confortar crianças esfomeadas quando a comida escasseava e, mais tarde, para demonstrar amor e carinho.

Para outros cientistas, beijar está ligado ao complexo processo de escolha de um parceiro. Quando duas pessoas se beijam, trocam uma série de informações (gustativas, mas também olfactivas, tácteis, visuais e até de postura) que, inconscientemente, as ajudam a perceber o grau de comprometimento do outro na relação. O gesto pode revelar até que ponto se está perante a pessoa ideal para formar família, sendo por isso uma acção fundamental para a sobrevivência das espécies.

A chave deste fenómeno está no olfacto. Beijar activa a libertação de feromonas que, ao serem detectadas, de forma inconsciente, pelas mulheres, as ajudam a escolher os parceiros que terão uma melhor descendência. A explicação está num conjunto de genes ligados a uma parte do sistema imunitário conhecida como complexo maior de histocompatibilidade (CMH), que, através do olfacto, desempenha um papel fundamental na atracção sexual. Aqui funciona a lei de que os opostos se atraem: elas preferem homens com um CMH diferente do seu, uma escolha influenciada pela Natureza: juntar parceiros com diferentes genes do sistema imunológico fortalece as defesas da geração seguinte, melhorando, assim, as hipóteses de sobrevivência da espécie.

Talvez por isso, a ciência tem demonstrado que o primeiro beijo pode ajudar a afastar o que as forças do romantismo uniram. O sucesso de uma relação depende, muitas vezes, desse momento único em que os lábios se tocam pela primeira vez. Segundo um estudo publicado na revista científica "Evolutionary Psychology", 59% dos homens e 66% das mulheres admitiram já ter perdido o interesse por alguém após o primeiro beijo.

A investigação revela outros dados interessantes, que vêm confirmar alguns estereótipos sobre os comportamentos sexuais dos dois géneros: os homens utilizam mais o beijo como um meio para atingir um envolvimento sexual e estão mais predispostos a ter sexo sem beijar, com alguém que considerem beijar mal ou mesmo com alguém por quem não se sintam atraídos. Já as mulheres, intuitivamente, tendem a usar o beijo para avaliar o estado da sua relação e o grau de comprometimento do seu parceiro.

O estudo revelou outro dado curioso: os homens preferem beijos mais molhados e com mais contacto de língua. A opção, percebe-se agora, não é ingénua. A saliva masculina contém grandes quantidades de testosterona que podem afectar a libido das mulheres. Os cientistas baralham outra hipótese: a dos homens terem uma menor capacidade de detecção química e sensorial, precisando por isso de mais saliva para fazer a sua avaliação da parceira.

Igualmente complexa é a equação anatómica e fisiológica de um beijo. O acto põe em acção diversos músculos, cujo número varia em função da intensidade: um beijo carinhoso mobiliza 17 músculos; um mais apaixonado pode chegar aos 29, segundo a tese de doutoramento em Medicina da francesa Martine Mourier, que dedicou as duzentas páginas do seu trabalho aos efeitos do beijo. Outras revelações: a pressão exercida pode atingir os 12 quilos, os batimentos cardíacos disparam dos 70 para os 150 por minuto e são trocadas pelos menos 250 bactérias. Citando um filósofo dos tempos modernos, Duff McKagan, ex-baixista dos Guns N'Roses, «um beijo pode não ser uma coisa higiénica, mas é a maneira mais saborosa de apanhar um germe».

Por isso, ainda que aparentemente inofensivo, beijar pode ser um veículo privilegiado de transmissão de doenças.

Por paradoxal que possa parecer, pode também ter efeitos terapêuticos, por exemplo, no combate à depressão. Segundo um estudo realizado no Reino Unido, beijar estimula o cérebro a libertar endorfinas, substâncias químicas que funcionam como uma espécie de “opiáceo” natural do organismo, proporcionando sensações de prazer, euforia e bem-estar que ajudam a combater a depressão. Quanto mais excitantes e apaixonados os beijos, maiores os benefícios para a saúde. Além disso, baixa os níveis de cortisol, conhecida como a hormona do stress, e pode até funcionar como uma forma de “vacinação” natural dos bebés: ao beijar o seu filho recém-nascido, a mãe transmite-lhes, de forma diluída e progressiva, os seus germes, desencadeando as defesas do organismo do bebé.

Indiferentes às dissertações científicas, beijamos, sobretudo, pelo prazer de beijar. Porque é, afinal, disso que se trata: de um prazer magnético em que duas almas se unem. Que importa o resto?"

Excertos do texto publicado na edição do Expresso de 7 de Março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Como funciona a especulação financeira?

Uma vez, num lugarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por 10€ cada. Os aldeões sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos. O homem comprou centenas de macacos a 10€ e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça.

Aí, o homem anunciou que agora pagaria 20€ por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça. Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca.

A oferta aumentou para 25€ e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.

O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por 50€! Entretanto, como iria à cidade grande, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos. Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões: «Olhem todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender-vos por 35€ e, quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhe por 50€ cada».

Os aldeões, espertos, pegaram nas suas economias e compraram todos os macacos do assistente.

Eles nunca mais viram o homem ou o seu assistente, somente macacos por todos os lados.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O choque compensa?

É uma velha discussão na publicidade: até que ponto estímulos especialmente fortes e chocantes são eficazes.

Uma coisa é certa: um anúncio deve ser estruturado de forma a desencadear a nossa atenção reflexiva; pela simples razão de que, regra geral, não andamos exactamente interessados neles.

No entanto, não podemos esquecer o perigo daquilo que Henri Joannis chamou de "força vampiro". Ou seja, usar um estímulo de tal modo desproporcionado que depois todos se lembram dele, mas não se lembram da mensagem que pretendíamos passar. São exemplos, os casos em que todos se lembram da figura pública que entra no anúncio ou da piada que este tinha, mas ninguém se lembra da marca.

Outro perigo é o elemento usado para despertar a atenção ser de tal modo desagradável que o consumidor simplesmente bloqueia qualquer memorização do anúncio.

Regra geral, a solução é usar um estímulo que esteja o mais possível ligado ao objectivo da mensagem publicitária, pois a sua simples recordação já nos coloca a "meio caminho". Mais ou menos como o código postal...

Costumo dar como exemplo - algo exagerado - que um professor que atire uma cadeira contra um vidro de uma janela consegue sem dúvida captar a atenção dos alunos, mas conseguirá que eles tomem atenção a algo mais do que ele diga durante aquela aula? É pouco provável... Todos eles vão estar focalizados no comportamento incomum do professor.
Ou seja, em publicidade, um estímulo destes só seria aceitável se o objectivo fosse vender cadeiras para partir vidros, por exemplo.

Toda esta enorme introdução para vos dar a conhecer um anúncio da Pfizer – que está a ser exibido no Reino Unido e a gerar polémica – e que pretende alertar os consumidores para os perigos da compra de medicamentos online, já que muitos deles têm ingredientes perigosos como veneno para ratos, e cujo estímulo é realmente poderoso.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Pisar o risco?

"Não há nada de mais imoral do que roubar sem riscos. É o risco que nos diferencia dos banqueiros e dos seus émulos que praticam o roubo legalizado com a cobertura dos governos."
Albert Cossery

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Viagra feminino?

"Falar activa os centros de prazer no cérebro feminino. É uma descarga de dopamina e ocitocina, que é a maior recompensa neurológica a seguir a um orgasmo."
Louann Brizendine, autora do livro "The Female Brain"

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Curto, claro e conciso?


Os camionistas continuam indignados com o preço dos combustíveis e mostram o seu descontentamento numa imagem que dispensa comentários...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O que vender para ajudar Portugal a vencer a crise?

Eis a lista fornecida pelo famoso Comendador Marques de Correia:

  • 10 ilhas no Atlântico em bom estado (salvo a Terceira que dá uns dinheiros que vêm da base das Lajes)
  • Uma impressionante colecção de gravuras paleolíticas, património da Unesco, na foz do Côa
  • Um porto de águas profundíssimas e um complexo industrial de gabarito na vila de Sines
  • Uma paisagem protegida na Costa Vicentina
  • O doutoramento do Doutor Francisco Louçã
  • Um ministro da Agricultura quase sem uso e com um Proder de muitos milhões ainda por distribuir
  • Um estudo para um aeroporto na Ota
  • 500 mil apoiantes do deputado Manuel Alegre
  • 1000 km de auto-estrada excedentes e uma linha de TGV para o Porto e outra, ainda, para Madrid
  • Uma líder da Oposição, um pouco usada, mas ainda com muito préstimo na área das Finanças
  • Um conjunto de reformas da CGD que dá para alimentar todas as famílias dos eleitores do Distrito de Beja
  • Uma colecção (Berardo) de arte moderna que vai valer imenso, mas lá para o ano 2018
  • A má-disposição do Dr. Luís Filipe Menezes
  • Um treinador do Benfica que vai aprender alemão e um treinador da selecção que ainda não aprendeu nada
  • O recheio das casas de três ou quatro banqueiros em dificuldades
  • Um programa de Governo, um congresso do PS e umas bizarras bandeiras vermelhas com um punho
  • O canal Benfica
  • As promessas de recuperação económica
  • Todos os livros, todos os discos e todas as obras de arte que o Dr. Santana Lopes foi apreciando ao longo da sua vida fecunda
  • O próprio Dr. Santana Lopes
  • Um conjunto de desmentidos da Presidência da República
  • Os óculos do Dr. Vítor Constâncio
  • O currículo académico (e a hagiografia completa) do Engº Sócrates
  • Um conjunto de jovens da direcção do CDS/PP
  • O sistema eleitoral
  • O Dr. Santana Lopes (penso que há aqui, talvez não inadvertidamente, uma repetição)

Como ele diz, agora é só arranjar uns incautos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

És um homem ou um cão?

"Trate-o como ao seu animal de estimação. Se ele tiver sexo, exercício físico e comida vai portar-se bem! Se ele não quiser sexo, aceitará uma sanduíche".
Laura Schlessinger, terapeuta matrimonial e familiar, sobre como lidar com um homem

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A distância traz discernimento?

Um amigo que muito prezo e com quem aprendi e aprendo todos os dias disse-me, numa lição que não esqueço, que «o ser que menos percebe de água é o peixe, pois passa a vida dentro dela».

A verdade é que se a proximidade permite ver o pormenor, só alguma distância nos torna capazes de perceber todo o quadro.

Vá-se lá saber porquê, lembrei-me disto ao ler o artigo do “El País” sobre o Alberto João Jardim.

Está aqui: http://www.elpais.com/articulo/reportajes/Presidente/eterno/elpepusocdmg/20090125elpdmgrep_6/Tes
E, já agora, a análise do DN ao mesmo está aqui: http://dn.sapo.pt/2009/01/27/nacional/el_pais_compara_jardim_a_muammar_kad.html

sábado, 17 de janeiro de 2009

Nestes casos, será adequado dizer "santinho"?

"Espirrar pode estar relacionado com excitação sexual. Quem o diz são dois médicos britânicos, num estudo divulgado na publicação científica Journal of the Royal Society of Medicine.
A ligação entre um ataque de espirros e a excitação sexual é explicada através de uma falha no sistema nervoso, dizem os especialistas. Embora não aconteça com toda a gente, o fenómeno é mais comum do que se pensa e pode até mesmo ser genético. (...)"

In "Expresso"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os mísseis do Hamas são de chocolate?

Apenas porque me faz alguma confusão os pontos de vista estranhamente unânimes, como, neste caso, a constante aparição de Israel como o mau da fita, não posso deixar de aconselhar a leitura do artigo de Inês Pedrosa, publicado na "Única".

Os mísseis do Hamas são de chocolate
Inês Pedrosa

O Hamas tomou a iniciativa de bombardear Israel, a 19 de Dezembro, ninguém disse nada. Ou melhor: as vozes do costume começaram a vituperar Israel como origem de todos os males. A cultura judaica faz mal, mediaticamente falando, em esconder os seus feridos e mortos. O dever da coragem e a recusa da vitimização tem sido a chave da sobrevivência histórica do povo judeu, que vive, desde há muitos séculos consecutivos, em perseguição e diáspora. Mas no mundo de hoje, feito da injustiça do instantâneo global, a exibição do sofrimento é rainha absoluta. Toda a gente sabe que, para o fundamentalismo islâmico, a vida humana é desprezível - em particular a das mulheres e a das crianças. Toda a gente sabe porque os fundamentalistas não o escondem; consideram, aliás, que o martírio é a grande redenção e promoção da espécie humana. Assim sendo, as sedes do Hamas são difíceis de detectar e estão, estarão sempre, cheias de civis inocentes prontos (voluntária ou involuntariamente, como é o caso das crianças) a marchar em glória para um céu, de facto menos infernal do que a vida terrena tal como eles a permitem. E não têm qualquer pudor em exibir corpos esfacelados, crianças aterrorizadas ou mortas - usam-nos como cartaz. Funciona - como não havia de funcionar? Como não nos comoveremos com essa inominável dor?

Dos estragos causados em Israel pelos bombistas suicidas ou, agora de novo, pelos mísseis do Hamas, não temos imagens. E a comunidade internacional comporta-se como se os mísseis do Hamas fossem, de facto, de chocolate - inocentes, inócuos. Israel esconde a morte, para que a população não desmoralize. Israel é, desde a sua nascença, em 1948, um país debaixo de ataque - e essa é a grande questão. Na resposta à guerra que, desde o primeiro dia, lhe foi movida pelo conjunto dos países árabes, Israel cometeu erros calamitosos. Mas hoje, agora, em 2009, não é por causa de Israel que a paz se afigura impossível. O Hamas, que controla a faixa de Gaza, não reconhece o direito à existência de Israel. E por isso ataca. Ataca porque sabe que Israel terá de responder a esses ataques - e que, ao responder, será automaticamente criticado por todo o mundo, porque o poderio militar e económico de Israel é infinitamente superior ao do governo (e governo eleito, note-se) do Hamas. Um monstro rico atacando um menino pobre, pronto. Que seja sempre o menino pobre a atirar a matar, não interessa nada - a violência justifica-se com a pobreza. Mas esta justificação também já está, há demasiado tempo, sem pés para andar: porque será que tantos povos que vivem na miséria (designadamente em África) não recorrem à violência, e porque serão alguns países tão ricos (veja-se a Arábia Saudita, por exemplo) tão violentos para com metade da sua própria população (a que tem o azar de nascer do sexo errado, ou de gostar do sexo errado)?

O escritor israelita Amos Oz escreveu uma crónica intitulada "Israel deve defender os seus cidadãos" ("Público", 31/12/2008) cuja primeira linha dizia isto: "O bombardeamento sistemático dos cidadãos das povoações israelitas é um crime de guerra e um crime contra a humanidade". Amos Oz é insuspeito de sionismo ou de ser um "falcão" belicista. Mas também não é, como ele próprio já escreveu (em "Contra o Fanatismo", edição Ediouro, Brasil) "um pacifista no sentido sentimental da palavra", e explica porquê: "No meu vocabulário, a guerra é terrível, mas o mal supremo não é a guerra, e sim a agressão. Se em 1939 o mundo todo, excepto a Alemanha, defendesse que a guerra era o fenómeno mais terrível do mundo, Hitler seria, então, senhor do universo, agora."

O problema é precisamente este: o mundo de hoje divide-se entre pacifistas sentimentais e senhores da guerra. As democracias são canjas de gente pacífica que, fundamentalmente, não toma partido - bradam pela "paz" e deixam passar os massacres, debaixo do seu nariz. Os exércitos de "manutenção de paz" da ONU são, na melhor das hipóteses, uma espécie de guarda de honra das organizações de socorro humanitário.

Israel está a tentar (escrevo na terça-feira) desmembrar o Hamas - a incursão terrestre serve para isso, para minimizar as vítimas civis. Mas, perante um Hamas que proclama "Nós acreditamos na morte", haverá sempre muitas vítimas civis. Se o Governo de Israel não contra-atacasse, em defesa dos seus cidadãos, a extrema-direita israelita cresceria, e muito, nas próximas eleições - o que seria óptimo para a estratégia do Hamas, que é a de criar ódio contra a própria existência de Israel. Por outro lado, contra-atacando, como está a fazer, faz crescer o anti-semitismo internacional - sim, é sempre disso que se trata. Tzipi Livni, a ministra dos Negócios Estrangeiros israelita, repete incessantemente que estão apenas a agir em legítima defesa, apenas e só até que acabem os ataques do Hamas. Mas a dor de Israel nunca se vê. "Israel é um país; o Hamas é um gangue", escreve Amos Oz. Antes de percebermos isto não perceberemos nem resolveremos nada.

Regar ou encharcar?

“Teaching should not be compared to filling a bottle with water but rather to helping a flower to grow in its own way.”
Chomsky

A frase acima parece-me, sem sombra dúvida, uma lição a não ser esquecida por todos os professores.

No entanto, não se deve cair na tentação de ler erradamente que o ideal é apenas a aprendizagem pela descoberta. Sobre este assunto, Nuno Crato, escreveu um texto fabuloso no Expresso (http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/484409&q=crato&page=1&num=10).

Relembra ele que, apesar de várias teorias pedagógicas apresentarem a instrução directa como nociva para a verdadeira aprendizagem e para a criatividade, muitos estudos vieram moderar este ponto de vista, preconizando uma mistura da redescoberta activa, guiada pelo professor, com a instrução directa.

Na verdade, os resultados revelam que a percentagem de sucesso das crianças sujeitas a instrução directa é muito maior que a das crianças entregues a um processo de aprendizagem pela descoberta. E mais: as crianças que apreenderam o método por instrução directa são tão capazes de o aplicar em situações novas como as que o descobriram por si. Ou seja, o ensino directo não parece ser inimigo da criatividade, nem do pensamento independente.

O exemplo dado por Nuno Crato é elucidativo. Conta ele que, tendo necessidade de se deslocar a uma rua esconsa do Bairro Alto, na primeira vez atravessou a pé o emaranhado de ruas, fez vários erros e só após algumas voltas deu com o lugar. Da segunda, confiando na experiência e na intuição, voltou a errar e só deu com o sítio após várias tentativas. À terceira, explicaram-lhe o caminho e não voltou a enganar-se.

As primeiras voltas constituíram uma aprendizagem pela descoberta e, como se percebe, não foram muito eficazes. Nas últimas, por instrução directa, memorizou um caminho e não voltou a falhar.

Como ele próprio diz, se tivesse continuado a procurar às apalpadelas, talvez tivesse conseguido encontrar esse caminho óptimo, mas o processo teria sido muito ineficiente.

A sua conclusão é natural: "Da próxima vez que procurar uma rua no Bairro Alto, vou pedir que me ensinem o caminho".

Enfim, como diziam os chineses, "o professor abre a porta, mas é o aluno que tem de entrar".

Repare-se que as duas coisas são precisas: a acção do aluno, mas também a capacidade do professor abrir a porta.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Amor ou ódio?

A Nike comemorou a vitória de Cristiano Ronaldo, que ganhou o troféu de Jogador do Ano 2008 atribuído pela FIFA, com o lançamento de um vídeo. Intitulado "Love/Hate”, o filme mostra vários adeptos de futebol que adoram o atleta português e outros que o detestam.
A assinatura da peça vale a pena:

“O teu amor faz-me mais forte. O teu ódio torna-me imparável.”


Curiosidade: O próprio Cristiano Ronaldo aparece disfarçado no vídeo.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O apelo do ano?

"Ó pai, quero voltar para o fim-de-semana!"
Pedido do meu terrorista de 3 anos, ao ser deixado no colégio

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Apaixonados como no primeiro dia?

"Apaixonados como no primeiro dia? Impossível, não podem estar a falar a sério". Durante muito tempo, foi justamente isso que Arthur Aron pensou, ao ouvir casais afirmarem que a chama da paixão se mantinha acesa após mais de 20 anos de vida em comum. Mas, e se estivessem, de facto, a falar a sério? Psicólogo da Stony Brook University, de Nova Iorque, nos Estados Unidos, Arthur Aron ficou intrigado com estes relatos de eterna felicidade conjugal e, afinal, é mesmo assim: o estudo que conduziu indica que, para uma afortunada minoria - um em cada dez dos casais analisados -, o amor pode mesmo durar a vida inteira.

Segundo a edição online de ontem do Sunday Times, a equipa de investigadores comparou, através de scanner cerebral, as reacções químicas manifestadas por casais de longa data e por casais em início de relacionamento amoroso. Os resultados foram surpreendentes: o cérebro de alguns casais, juntos há mais de 20 anos, libertou os mesmos níveis de dopamina - neurotransmissor associado às sensações de prazer - encontrados na fase inicial do enamoramento. Mas, sublinham os investigadores, sem o quadro obsessivo que também caracteriza esse estado nascente, o que poderá indiciar uma maior maturidade no relacionamento destes casais que, passado o teste do tempo, podem dizer com segurança ter encontrado a sua "alma gémea".

"Estes resultados vão contra a visão tradicional de que a paixão esmorece dramaticamente durante os primeiros dez anos de relacionamento, mas agora sabemos que o contrário é possível", afirmou Arthur Aron, citado pelo Sunday Times.

Aos casais imunes ao declínio da paixão, a equipa de investigadores da universidade nova-iorquina atribuiu a designação de "cisnes", uma das espécies que, no mundo animal, dedica toda a sua vida ao mesmo parceiro.

In DN

domingo, 4 de janeiro de 2009

Diferente mas igual?

"Uma crise que começou por deixar mais pobres os muito ricos não é uma crise como as outras. Mas se alguma certeza existe em comum com as demais crises é a de que, como sempre, serão os mais fracos a pagar, na economia real, a pesada factura daquilo que os mais ricos perderam na alta finança especulativa e criminosa."
Fernando Madrinha in "Expresso"