domingo, 8 de agosto de 2010

“E o burro sou eu?”

Um dia um burro caiu num poço de onde não conseguia sair. O animal chorou fortemente durante horas, enquanto o seu dono pensava no que fazer. Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o burro estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, não valia a pena o esforço. Chamou então os vizinhos para o ajudarem a tapar o poço e, consequentemente, enterrar vivo o burro.

Cada um deles pegou uma pá e começou a atirar terra para dentro do poço. O burro percebeu o que estavam a fazer e zurrou desesperadamente. Até que, passado um momento, o burro pareceu ficar mais calmo. O camponês olhou para o fundo do poço e ficou surpreendido. A cada pá de terra que caía sobre ele o burro sacudia-a, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o burro conseguiu chegar até ao topo do poço, passar por cima da borda e sair dali.

Na vida, muitas vezes vão atirar-nos terra para cima, apenas porque é mais fácil. E irão fazê-lo frequentemente quando estivermos dentro de um poço. Nestes casos, o ideal é conseguirmos fazer como o burro e usar a terra que nos atiram para subir.

E já agora, quando estivermos no cimo do poço, acho que é de fazer algo que o burro se esqueceu: dar um coice valente nos tipos das pás!

Nota: A pergunta que titula este post tem como base uma expressão usada por Luís Filipe Scolari, ex-seleccionador de Portugal.

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