A pergunta acima foi feita por uma miúda de 14 anos a um padre jesuíta e parece-me ser, sem dúvida, a pergunta filosófica do ano.
Em termos publicitários, creio que poderíamos dizer que a pergunta é: «será que o Céu é um benefício "quanto baste"?». Ou seja, aquele tipo de benefício que o consumidor considera haver uma medida ideal.
Ao que sei, o padre terá informado que o Céu é um benefício"quanto mais melhor". Que é como quem diz que estaremos na presença de um benefício para o qual não estabelecemos limites.
A escolha, neste caso, está no domínio da Fé.
4 comentários:
Muito boa Professor, espero poder passar o conhecimento que tenho adquirido com elegância e humor, assim como fazes!
É sem dúvidas, a melhor das maneiras!
Obrigado pelo comentário. Uma verdadeira prenda natalícia!
Grande e apertado abraço.
Adorei Professor!
Sempre a presentear-nos com os melhores exemplos!
E pensando bem nessa temática, até me ocorre que a piquena saiba que chegado certo dia, esse será um bem de primeira-necessidade, cujo mercado é dominado apenas por dois grandes concorrentes, o Paraíso e o Inferno, em que o primeiro até pode ter a maior notoriedade, mas em que o segundo detém, invariavelmente, maior quota de mercado!
E se, porventura, analisássemos
bem as Sagradas Escrituras (o meio above-the-line predilecto da empresa) aposto que existiriam umas letrinhas pequeninas em rodapé que diriam: "Produto não sujeito a devolução ou reembolso"!
Quanto à força de vendas, é um facto que têm de se deparar com perguntas difíceis como esta, mas se isso os deixar abalados, nem têm de se preocupar: são representados por um poderoso sindicato sediado em Roma que lhes pode proporcionar facilmente uma semaninha na Polinésia Francesa para retiro espiritual!
Eis o bichinho que o professor consegue despertar nos seus alunos!
Cumprimentos,
Mafalda
Olá Mafalda,
Excelente comentário.
E o despertar é recíproco! Seria, sem sombra de dúvida, um ser bem mais pobre se não fossem vocês e as vossas perguntas.
Obrigado por tudo.
PS - Confesso, no entanto, que eu não colocaria as coisas de um ponto de vista tão mercantilista. É verdade que há homens (muitos) que fazem da religião um negócio, mas não se espera que seja esse o seu objectivo.
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