A história vinha na revista Visão.
Segundo uma lenda indiana, um príncipe desejava casar com uma bela mulher - como em quase todas as histórias, não é? -, mas o pai da rapariga apenas a entregava a quem encontrasse a verdade.
Assim, o príncipe correu o mundo, perguntando a todos se sabiam onde estava a verdade, mas a resposta era sempre a mesma: «não, não conhecemos».
Ao fim de anos e anos, já esgotado, parou para descansar numa gruta. Apareceu-lhe uma mulher horrenda, encarquilhada, peluda, coberta de verrugas e pústulas, que disse: «sou eu a Verdade».
Emocionado, o príncipe pediu-lhe logo que viesse com ele, pois todos na Terra ansiavam por conhecê-la.
Ela negou. «Diz-lhes só que sou bela e deslumbrante».
Ou como disse o Ricardo Araújo Pereira, na mesma revista: «Todos os dias ouvimos a verdade ser gabada. Que a verdade é para ser dita. Que a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. Grande coisa. Sabem o que é que também anda sempre à tona? O cocó.»
3 comentários:
Devemos mentir?
A ideia não é essa!
Apenas alertar para o facto de a nossa sociedade hipervalorizar certos conceitos (como a verdade) e tentar torná-los absolutos.
Como muito bem mostra este último e muito pouco recomendável programa da SIC, a verdade não é um conceito absoluto e nem sempre o caminho necessário. Qual a vantagem de saber a resposta a uma pergunta "Acha-se melhor mãe para os seus filhos do que a sua mãe foi para si?".
WTF? ahahhaha
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